quarta-feira, 30 de abril de 2014

Estive com o Hernani...a sonhar acordado

Conheci o Hernani há uns anos atrás...já nem me lembro como! Acho que vi um post dele de uma viagem que fez do Porto a Lisboa, e trocámos uns emails. Descobrimos que vivíamos perto e começámos a dar umas voltas juntos. Isto em 2007/2008.

Fizémos uma primeira volta até o autódromo do Estoril, onde o Hernani nos brindou com a sua "ginga máquina das pipocas", tal era o barulho que fazia da roda de trás que tinha umas esferas bem moídas!! 

Depois brindou-nos com a montague, a dobrável mais cool que já vi.

na sua montague.

No verão de 2009, foi fazer um Tour de Montague com um extrawheel da Aústria à Bulgaria, via donnau. Quando voltou comprou um trike reclinado. 

Dávamos umas voltas aos domingos de manhã e em 2010 fomos fazer um tour pelo centro, baseados em Tomar.


O Hernani a sacar "cimbalinos" com o seu handpresso

Algures pela Lezíria do Tejo

Com o trike, deu umas voltas bem porreiras, sempre a pensar num sonho que partilhava connosco...ou melhor um objectivo: Viajar pelo mundo após se reformar!

Traçou um plano: "VOLTA AO MUNDO EM BICICLETAcom o objectivo de visitar/documentar, o mais possível, do legado histórico, material ou imaterial, que os portugueses espalharam pelo Mundo durante a Época dos Descobrimentos.", começou a tratar de tudo, em Dezembro passado passou à reforma e vai MESMO lançar-se numa aventura de uma vida!!


Estive com ele ontem pois estava a testar os pneus novos na ginga e fomos a conversar sobre vistos, prazos, locais, etc.....viajei e de bicicleta durante meia horita que foi um consolo!



Desejo-te a melhor das aventuras HERNANI! 

Aquel'abraço


Sigam-no aqui

quarta-feira, 23 de abril de 2014

The road to London - 1930

Uma proposta para leitura para a próxima viagem (ou quando estiverem a prepará-la):

The road to London by Eric Attwell

A travessia de África de bicicleta (com 3 mudanças) em 1930!! No mínimo WOW, se não mesmo KAWABONGA! 

"Today's generation of cycle travelers are equipped with sophisticated machines (...) They are often connected to their own world by mobile phones, email and tarmac (...) Where once long-distance cyclists experienced the world, they now record it. Where once they received, they transmit. Have we lost something in the way?"

Generation gaps à parte, não é fácil imaginar ciclistas de longa distância em 1930, com equipamento igual ao do dia-a-dia a atravessar uma África imperial, sem estradas, nem guias (os mapas estavam a ser feitos "as they went by" basicamente).

É engraçado de ler como não estavam minimamente preparados ficando todos doridos, queimados do sol e picados pelos mosquitos apenas alguns kilómetros após sairem de Port Elizabeth. Como não tiveram lá muitos furos, mas tiveram que substituir mais raios do que os que conseguiram contar. Como as mudanças não lhes serviam de nada nas subidas e que por isso gastaram mais solas dos sapatos do que as que pensavam ao empurrar as biclas. E também, o que quem viaja (especialmente de bicicleta) já sabe: a bondade dos estranhos, que é a única coisa que não podemos "carregar" mas que nos oferecem a cada esquina.

E no fim, após 22 meses e alguns dias, fizeram 11000 kms e gastaram 160£... incluindo a compra das bicicletas. Foram recebidos friamente em Inglaterra, onde ficaram a trabalhar para pagar a viagem de volta. 

Uma viagem de uma vida concerteza e que nós temos a sorte de a viver lendo as folhas deste livro! (os que conseguirem pagar o valor elevado das poucas cópias existentes...)

Aqui encontram o resumo do livro em inglês e a página do livro na goodreads.




terça-feira, 22 de abril de 2014

Material de viagem - Kit cozinha

Se há "kit" importante numa viagem de bicicleta em autonomia é o "kit da cozinha"! E não é à toa, afinal a comida é o nosso combustível! Para além disso, eu também gosto de cozinhar e por isso tento compor um kit para poder dar asas à minha imaginação e fazer algo apelativo e nutritivo.  

Em modo "cicloturismo" tenho um saco (é uma mala de depósito de mota) no rack traseiro onde carrego a cozinha e a comida que vou comprando pelo caminho (é extensível). 

O kit devidamente empacotado.

E PUFF cá fora que nem o Sport Billy

A cozinhar o jantar num bivaque com o Gugas em 2012

Este kit já o tenho há quase 20 anos, com uma ou outra variante e produto mais recente. Usava-o com frequência em viagens de mota, em férias de campismo e até caminhadas, alterando o conteúdo consoante a utilização. Este que vos mostro utilizei-o em viagens com o Gugas e contém:

- bilha cv470
- isqueiro e fósforos
- uma mini-tábua que dá jeito para cortar legumes e estabilizar o fogão ;o)
- 2 canivetes/talheres (old's cool)
- uma faca com protecção de lâmina
- marmita quechua que uso para panela (antes era uma marmita destas que ainda a tenho) com pega plástica (tipo alicate)
- 2 tigelas orikaso que para quem gosta de origami é um consolo. (a capa serve de base).
- 1 mini cafeteira italiana
- pequenos tupperwares com temperos (sal, oregãos, erves de provence, pimentão doce, etc.)
- 1 garrafinha com azeite
- pano da loiça
- mini colher de pau
- 2 copos inox
- kit lava loiças (esfregão e lava loiças biodegradável)
- comida


Este kit é volumoso, e cada vez é mais difícil de arranjar cartuchos de gaz (para além de que nunca gostei de carregar gaz, apesar de nunca ter tido azar).

uns anos para cá conheci os fogões a alcoól, e desde aí prefiro carregar combustível líquido, mais acessível e menos perigoso. Especialmente em caminhadas, onde o volume e peso nota-se mais.

Como em modo bikepacking também valorizo tanto o menor peso como o menor volume uso um kit de cozinha bem diferente e idêntico ao utilizado em caminhadas (é um kit diy que é barato de replicar).

TCHARAM...that's it!

Depois de aberto....puff

Sejamos justos, este kit é apenas para 1 pessoa e serve essencialmente para ferver água. E ainda tenho outro mais pequeno, para voltas também elas mais pequenas, mas foquemo-nos neste:

Dentro do saco da minha múmia (que vai dentro do saco-cama) tenho:

- escorredor de talheres IKEA transformado num hobo stove e/ou protecção para o vento.
- 1 caneca do chinês (daqueles com um recipiente perfurado em cima)
- 1 fogão trangia
- 1 canivete/talheres
- 1 pano loiça
- 2 estacas (servem para elevar o trangia ou servir de grelha caso use madeira)
- 1 esfregão com detergente envolto num saco plástico

Este kit é muito barato e fácil de fazer. O trangia pode ser substituído por um fogão feito de lata, ficando ainda mais barato. O álcool transporto numa garrafa de plástico à parte, mas já pensei transportá-lo numa garrafinha metálica do whiskey dentro do hobo stove ;o) 

O fogão em plena utilização:

O fogão já com o álcool a queimar lá dentro 
(a chama é quase invisível)

Visto de lado, pela abertura para a lenha, 
o pote com água em cima das 2 estacas.

A água ferveu em 4 minutos, depois juntei o "mix" feito em casa 
de aveia, coco ralado, leite em pó, açucar e canela.

Deixar cozer um pouco a aveia

Pela entrada da lenha coloco a tampa para apagar a chama

Decido juntar café em pó

na na na

tcharam

Sabe bem! 

O trangia arrefece rapidamente e é nessa altura 
que coloco a tampa com o-ring para conservar o álcool que sobrou.

saco do esfregão embebido em detergente

Depois de lavado é arrumar tudo no sítio

Acho que vou substituir as estacas por raios! ;o)


Boas cozinhadelas!


segunda-feira, 21 de abril de 2014

"Montejunto bikepacking adventure" em fotos

No "quim" para sair de Lisboa

Primeiros trilhos 

e primeiros lamaçais

Montejunto ao longe...

As chuvas dão nisto...

campos verdejantes!!

Espero que as máquinas de lavar roupa não dêem cabo destes oásis...

Valorizo sempre a sesta!


Papas de aveia com café! Para acordar!

Estava muito nevoeiro domingo de manhã

e tive companhia para o pequeno-almoço


 
Passagem estreita

Aproveitei para fazer umas 2caches"

Almoço

Nhami...

Já de volta, uma estirada de alcatrão

No mesmo "quim", já de volta...


165Kms, 1500m de acumulado
tudo a uns 60kms de Lisboa.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Levar a carga em Bikepacking

Depois de "empacotar" tudo, há que arranjar maneira de transportar a carga na bicicleta.

Relembro de que vou fazer cicloturismo em todo o terreno (estrada e mato), ou seja Bikepacking pelo que não vou optar pela opção mais comum do cicloturismo (alforges laterais).

Não que fosse impossível, ou que não "aguentassem", mas é um sistema mais apto a falhas: ligações em metal são mais frágeis em caso de muita vibração, em sigle-tracks é preferível ter o material mais próximo ao quadro, e por fim: quanto mais espaço tens, mais carga levas ;o) é lei!! eheh

Fui espreitar quem faz disto à mais tempo e é consensual o transporte do material mais à frente do que atrás (já há muito tempo atrás se fazia o mesmo).

E usam garfo rígido, compensando o amortecimento 
com rodas mais grossas e até poupam no desviador dianteiro!!

Tentei prender os sacos tanto no guiador como no banco. 

Ligação apenas com cintas...trilhava-me demasiado os cabos.


Lembrei-me de colocar o suporte da mala do guiador para afastar a mala.
Aproveitei para colocar uma cinta grossa a reforçar.

Ainda me lembrei de por uns "cornos" para segurar o saco mais longe.
Atrás ainda deu mais luta...sem apoios correctos o saco baila muito.
Tive que repensar a coisa. 
Lembrei-me de criar um harnês para o saco à frente.
A versão dinheiro na mão!

E seguindo a minha pirâmide do consumo ;o) 


favoreço a reutilização de material que tenho:

Neste caso, uma mala para portátil que se rasgou.

Esta veio do Freecycle...

Cortei o apoio das costas.

Não é igualzinho ao harnês profissional? ;o)

Preso no suporte da mala do guiador!

Ainda ponderei prender com um suporte metálico...
...mas fiquei-me pelas cintas.

Tcharam!!

 Acabei por inverter o harnês!

Perguntaram-me se tinha comprado o suporte do LIDL...acho que é um elogio! ;o)

Para trás, lembrei-me de colocar um suporte para carga, daqueles que se prendem ao espigão! Mas como tinha uma cadeira de criança que já não utilizo, coloquei apenas o suporte para segurar o saco traseiro:



Eis o rack traseiro! Está feito para levar até 22Kgs por isso estou na boa.

E prende no quadro, em vez do espigão do selim. 
Inverti-o para poder caber o framebag.

É um pouco pesado, cerca de 1,4Kgs, mas robusto. 

Eis o setup final que foi para um teste de fim-de-semana:

À saída de casa.

Á frente leva o saco-estanque preso no harnês, a bolsa azul a prender de lado e a fita grossa a envolver tudo! No guiador levo o GPS. As gaiolas para as garrafas de água estão presas à suspensão e aguentam muita porrada nos trilhos. 

Tenho o framebag que quando enche não chega a tocar com a lateral no tubo do quadro (é estreita a perna do impermeável). A bomba de ar vai presa nos seus velcros. 

No espigão vai presa uma bolsa com uma câmara de ar extra e uma garrafita com alcool para o fogão. O saco estanque maior vai no rack e também preso ao espigão (e bem apertado para não roçar nas pernas). Em cima vai o kit de ferramentas. 

Nas costas levo uma pequena mochila com kit 1º socorros e kit sobrevivência, bem leve pois não gosto de levar nada a pesar nos ombros.

O teste de 165Kms, com 1500m de acumulado com 40% estrada e 60% trilhos, mostrou que há pouco a mudar no setup. Mas há espaço sobre o tubo central que pode ser aproveitado ;o) 

Preciso também de substituir o saco-cama que é demasiado volumoso e pesado para além de já não oferecer muita eficácia térmica. 

O pano tenda (tarp) pode ser menor (tlvz um poncho) e preciso de uns punhos mais confortáveis e com pequenos "cornos". 

Na vinda, ainda no comboio!!

Foi um fim-de-semana espectacular...fica para a próxima.