domingo, 15 de julho de 2012

Lx - Badajoz pela ecovia1 - dia2


Dia 2 - Poceirão - Coruche                                Albúm do segundo dia

Total Kms dia - 64,6 kms
Total Kms acumulados - 118 kms

€€€ 

0,6€   - café 
7,05€ - almoço
2€     - gelados

9,65€



Em viagem, e especialmente quando faço um bivaque selvagem, acordo cedo. Ponho o despertador para as 7h, faço um pouco de ronha e em 15 minutos arrumo a tralha. Depois acordo o Gugas que enquanto se veste arrumo o resto. Passado um pouco estamos de volta à estrada deixando o spot de bivaque sem um rasto da nossa estadia. 


Parámos perto de um café para tomarmos o pequeno-almoço. O Gugas divertia-se com um gafanhoto que tinha vindo de boleia na minha bicicleta. Ele adora animais e diverte-se bastante com insectos! Por isso vinha a perguntar pelo caminho porque é que os cães ladravam tanto na nossa passagem. A julgar por vários relatos de viajantes estrangeiros que passam por Portugal, tratamos os nossos cães de forma diferente dos países mais a norte. A verdade é que passamos por muitos cães que estão presos e com muito pouco espaço para poderem correr e viver à vontade como dita a sua natureza. Mas como têm uma casota, comida e água consideramos serem bem tratados. Como prezo MUITO a liberdade e o Gugas vai pelo mesmo caminho é algo que me faz bastante confusão. Durante esta conversa demos por nós em Santo Isidro de Pegões. Como já tinha feito ali uma cache perto da igreja levei o Gugas a cachar. A par da esteira e das abraçadeiras de serrilha esqueci-me de carregar "caches" que pudéssemos encontrar pelo caminho no GPS! Mas esta não nos escapou e sempre foi um bónus na viagem. 


A "cachar" em Sto Isidro de Pegões

Retomámos o trilho nesta localidade e vimos um rebanho ao longe. O cão pastor veio a correr ter connosco, observou-nos, cheirou-nos e voltou para perto do rebanho. Veio verificar se seríamos uma ameaça e na confirmação do contrário regressou. Espectacular. Passámos uma curva e o rebanho tinha saído do trilho por uns instantes, o suficiente para o ultrapassarmos e depois voltou ao mesmo. O Gugas ficou radiante com o trabalho do cão-pastor e não é de menos.
Um pouco à frente encontrámos Pegões-gare onde parámos. O Gugas foi brincar num parque infantil enquanto eu lavava a loiça do jantar do dia anterior, tudo com a água que transportávamos. Ambos carregávamos 1 litro de água em garrafas de alumínio cobertas de neoprene. São as nossas garrafas de emergência. Depois o Gugas tinhas duas garrafas (de 0,5l e 0,3l) e eu uma garrafa de 1,5l que íamos enchendo em qualquer oportunidade. Para as refeições costumamos levar "tang" que adicionamos à água da garrafa mais pequena, só para ser diferente.

Brincadeira e lavagem da loiça em Pegões-Gare


Em Pegões verificámos o atraso que tínhamos em relação ao caminho proposto pelo Paulo, mas isso não nos preocupava. O que nos preocupava era a quantidade de areia que os trilhos nesta zona tinham e a Nortada que se mantinha forte mas que desta vez nos travava o andamento...porque estávamos a circular para NORTE! Vimos o mapa, discutimos vontades e decidímos almoçar cedo em Pegões, a bela da bifana, e seguir pela N10 e depois por uma estrada secundária até Coruche. Assim decidimos e assim fizémos: seguímos até Canha onde descansámos no centro durante a hora mais quente do dia numa bela sombrinha. Enquanto isso pusémos água no duche solar que ficou a aquecer ao mesmo sol do qual nos refugiámos. Depois da hora de descanso fomos até à fonte velha onde aproveitámos para tomar um duche solar e lavar alguma roupa. 


Enquanto dormíamos a sesta...

...o duche solar ia aquecendo...

...e os nossos corpinhos foram lavadinhos!


No fim pegámos a estrada até Coruche. O Gugas parecia ter foguetes nas pernas, tal o descanso e banho lhe fizeram bem. Ainda parámos para um gelado na Malhada alta e fizémos os últimos kilómetros com vento de frente. Passámos as pontes coloridas que nos fazem atravessar o Sorraia e estávamos na princesa da Lezíria. 

Gugas em alto sprint...


...até Coruche.


Fomos directos aos bombeiros para pedir pernoita. Indicaram-nos que estavam de mudanças para um quartel novo situado numa zona de expansão urbanística recente de Coruche situada no planalto que vai dar até Santarém e que já tinha visitado de bicicleta em Maio de 2011.  Este quartel servia apenas para receber chamadas e reencaminhar para os telemóveis do  quartel novo (!!). Perguntámos se não poderia ligar para o quartel novo a pedir pernoita ao comandante, ao que anuiu e nos pediu para lá ir e fazer o pedido pessoalmente. Foi o que fizémos: subímos ao castelo com as biclas na mão com uma vista fenomenal para a cidade "velha" que se espraia ao longo do rio Sorraia. Lá em cima está a tal zona de expansão com piscinas, escolas, hipers e subúrbios ao belo estilo "american suburbia" e passados uns 2 kms o quartel novinho em folha e enorme.  
O Gugas travou logo conhecimento com o cão-mascote, o fogo, que era novo e brincalhão. O bombeiro de serviço foi extremamente simpático, indagou-nos sobre a viagem e as bicicletas e telefonou ao comandante que prontamente nos convidou a pernoitar no quartel...mas no antigo. Lá descemos de volta a Coruche para ficar no quartel onde já tinhamos estado. O bombeiro que nos enviou ao quartel moderno pensava que as camaratas já tinham sido levadas dali, daí a sua reacção. O que conta é que estávamos muito bem instalados nas camaratas do quartel velho onde jantámos uma sopa saborosa e planeávamos dar uma volta pela marginal quando... o Gugas adormeceu. Hoje tinha batido novo record e com vento contra: 63,4kms. Merecia o melhor dos descansos numa cama excelente. 

Troca de papéis...

...no quartel velho dos Bombeiros de Coruche.

O posto de comando.


Pensei, antes de partir, em começar o percurso aqui em Coruche. A minha ideia de trilhos com interesse reduzido e bastante cansativos nas primeiras etapas confirmou-se, mas o facto de fazer o percurso sempre de bicla desde casa foi mais tentador. Há quem tenha apanhado o comboio da Fertagus até Pinhal novo e desta forma poupar tempo e kms pelo Montijo, mas eu propunha, a quem vai com família, apanhar o comboio até Santarém e apanhar uns trilhos até Coruche. Esta alternativa vai ser alvo de pesquisa mais atenta e apresentarei algo ao Paulo.

Fazer café, lavar loiça, dentes, xixi e cama. Amanhã já vamos em direcção a nascente!


Sem comentários: